Há dias em que não conseguimos controlar as nossas emoções, num momento estar sozinho é solidão e logo a seguir a companhia aborrece demais. 

Não conseguimos dormir porque o nosso cérebro não pára. Projetamos durante a noite todos os nossos medos e incertezas, todas as dificuldades do dia a dia, todas as notícias e números que vemos na televisão sobre a pandemia passam a fazer refém a nossa mente. 

Hoje até acordamos bem, mas o avançar do dia deixa-nos tristes e é complicado lidar. A lágrima cai sem medo e transforma-se num choro compulsivo sem fim. Não conseguimos definir um meio termo. 

Vacilamos entre o sono profundo e a excitação intensa e no mesmo dia sentimos mil e uma emoções, um verdadeiro turbilhão que nos transtorna. 

Um aperto no peito que nos deixa sem ar, a memória que nos falha e as coisas simples que nos davam prazer transformam-se agora em desinteresses. 

A ansiedade é um estado, uma resposta negativa do nosso organismo face a um estímulo com uma forte componente, a predisposição da personalidade de cada um de nós. Por isso, em situações semelhantes cada indivíduo vai ter uma resposta conforme o seu traço de ansiedade característico. Ora, indivíduos com maiores traços de ansiedade têm maior tendência a expressar e avaliar situações e experiências como potencialmente ameaçadoras e ter uma resposta de ansiedade elevada. 

Como podemos moderar esta resposta? Através das nossas competências intrínsecas de lidar com as situações. Se trabalharmos estas competências podemos ajustar a resposta emocional de ansiedade a níveis mais adequados para uma melhor execução das nossas tarefas. E com a ajuda de um profissional de saúde adequado, é possível!

Sem motivo aparente podem surgir:

Sinais Fisiológicos

mãos frias e suadas
sudação intensa
dilatação pupilar
aumento da tensão muscular
tensão no estômago
agonia e dor de cabeça

Sinais Comportamentais

velocidade discursiva e falhas na voz
expressão carregada
tremer ou bocejar
aumento do pestanejar e olhar volátil
contração muscular
movimentos repetitivos das mãos e/ou dos pés

No entanto, é importante salientar que cada um manifesta a sua ansiedade de maneira diferente, por isso, não nos devemos basear nestes indicadores para termos a certeza de que o outro está ou não ansioso. Sinais típicos em nós quando nos sentimos ansiosos, não são sinais inequívocos de ansiedade nos outros. 

Encontrar o equilíbrio é segredo. Como diz Zack Magiezi:

“É tentar encontrar o equilíbrio entre a intensidade de dentro e o caos de fora”. 

E como podemos fazer isso? Cada um, tenta, à sua maneira, encontrar uma forma de lidar. De facto não há uma forma correta ou errada. O importante é aliviar a mente. Por norma, partilhar a sua experiência ajuda. E vai ajudar a si e a quem o ouve, lembre-se que essa pessoa pode estar a passar pelo mesmo. 

Não está à vontade para falar com os seus? Procure um profissional! Não deixe que a pandemia lhe tire, também, a saúde mental. 

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