A ASMA. Uma doença inflamatória crónica das vias respiratórias, associada a hiperreatividade brônquica e broncoespasmo, com uma prevalência elevada. Não tem cura mas pode ser controlada permitindo uma qualidade de vida normal. Segundo a OMS, ocorre em todos os grupos etários afetando mais de 300 milhões de pessoas a nível mundial. É igualmente a doença crónica mais comum nas crianças. A sintomatologia típica consiste em dispneia, pieira, tosse e/ou opressão torácica.

A via inalatória é a preferencial para a administração da medicação, nas doenças crónicas do trato respiratório inferior, uma vez que o fármaco se deposita diretamente no pulmão, maximizando os efeitos terapêuticos. Permite, ainda, a utilização de doses mais baixa e resulta em menos efeitos adversos sistémicos quando em comparação com fármacos orais. A administração por via inalatória pode ser realizada recorrendo a dispositivos simples (inaladores) ou a sistemas de nebulização (para situações excecionais, por exemplo, quando se verificar incapacidade de utilização dos dispositivos mais simples). 

Diferentes tipos de inaladores:
🔸 Inaladores de Pó Seco (DPI) – Fáceis de administrar, não exigem uma coordenação entre a libertação da dose e a inspiração. Apenas devem ser usados a partir dos 6 anos de idade pois a ativação do sistema depende da capacidade de inspiração do doente.
🔸 Inaladores Pressurizados Doseáveis (pMDI ou MDI) Libertam uma dose fixa de fármaco. Pode conter isoladamente ou em associação um broncodilatador e/ou um anti-inflamatório esteroide. Exigem uma boa coordenação “mão-pulmão”, para a correta administração do fármaco.
🔸 Inaladores Pressurizados Doseáveis + Câmara Expansora (pMDI+CE) As câmaras expansoras (CE) não exigem coordenação “mão-pulmão”, reduzem a deposição de fármaco na orofaringe e os efeitos secundários, melhorando significativamente a eficácia dos dispositivos pMDI.
🔸 Inaladores com solução para inalação por nebulização SMI (Soft Mist Inahler) Não dependem do fluxo respiratório do utente nem exigem coordenação da ativação com a inalação. Os fármacos administrados com este tipo de dispositivo são o brometo de tiotrópio e o olodaterol, isolados ou em associação.

⚠ PRINCIPAIS ERROS NA UTILIZAÇÃO DE INALADORES ⚠

No caso dos inaladores DPI:
⚠ Não expirar antes de iniciar a inalação
Força expiratória insuficiente para ativação do sistema
⚠ Expirar para o dispositivo
⚠ Repetição de doses (DPI multidose)
⚠ Utilização de dispositivos vazios (DPI multidose)
⚠ Não realizar apneia de 10 segundos no final da inalação

No caso de um inalador pMDI:
⚠  Não expirar antes de iniciar a inalação
⚠ Não retirar a tampa do bucal
⚠ Não agitar o inalador 3 a 5 vezes e não segurar na vertical
⚠ Não pressionar os lábios no bucal
Pressionar várias vezes o inalador libertando doses
⚠ Pressionar o inalador e parar a inalação (deglutir ou reter na boca)
⚠ Inalação rápida e/ou nasal
⚠ Intervalo de tempo inferior a 30 segundos entre duas aplicações (quando necessário)
⚠ Não realizar apneia de 10 segundos no final da inalação

Independentemente do tipo de inalador é de salientar que:
🔸 O inalador (tal como a câmara expansora) é para uso exclusivo de cada utente;
🔸 Após a utilização do inalador, principalmente no caso dos corticosteróides, deve ser feita a lavagem da boca ou escovagem dos dentes, para evitar a deposição de partículas na orofaringe e consequentes reações adversas como rouquidão e candidíase oral;
🔸 Nas crianças que utilizem máscara, a face deve ser igualmente lavada.

O uso correto dos inaladores é imprescindível para o sucesso das terapêuticas!
Qualquer dúvida ou questão, estamos ao dispor para ajudar!