Chega a Primavera e com ela as crises de alergias. Um distúrbio imunológico que afeta milhões de pessoas pelo mundo. Para uns, são sazonais, para outros estão presentes todo o ano. Importa saber lidar com os sintomas, conhecer e cumprir o tratamento e, sobretudo, evitar a causa de sensibilidade, especialmente nestas alturas. 

Salientamos que é possível ser alérgico a uma grande variedade de substâncias. Os principais alérgenos são: 

  • PÓLEN – Grãos produzidos pelas plantas, suficientemente pequenos e leves, para serem transportados pelo vento e entrar no aparelho respiratório; 
  • ÁCAROS DO PÓ – Organismos que vivem no pó e nas fibras usadas no fabrico de alcatifas, tapetes, colchões cobertores, almofadas e bonecos de peluche; 
  • BOLORES – Fungos que flutuam no ar, habitando espaços confinados e húmidos como a cave ou a casa de banho; 
  • PELO DOS ANIMAIS – A alergia é provocada por proteínas que existem na pele, na saliva e na urina de animais como o cão e o gato; 
  • ALIMENTOS – Por exemplo leite, ovos, marisco, amendoins, citrinos e morangos; 
  • MEDICAMENTOS – A penicilina ou seus derivados e o ácido acetilsalicílico (aspirina), entre outros; 
  • OUTROS – Por exemplo o látex, presente nos preservativos, luvas, etc.

Os sintomas da alergia variam também consoante o alérgeno e o órgão que é mais sensível, bem como da doença alérgica em questão. Os sintomas podem ocorrer separadamente ou em conjunto, com maior ou menor intensidade: 

    • AS VIAS AÉREAS – Espirros, nariz entupido ou a pingar, tosse e dificuldade em respirar; 
    • OS OLHOS – Lacrimejantes, com comichão; 
    • A PELE – Vermelha, irritada e com comichão; 
    • SISTEMA DIGESTIVO – Vómitos e diarreia

Principais Doenças Alérgicas

  • Rinite alérgica – espirros repetidos, nariz entupido ou a pingar, comichão no nariz e no céu da boca e, por vezes, irritação na garganta; 
  • Conjuntivite alérgica – olhos vermelhos e inchados, lacrimejo, comichão, sensação de corpo estranho e sensibilidade à luz; 
  • Asma – tosse seca, pieira e dificuldade em respirar; 
  • Eczema – comichão na pele e pequenas manchas vermelhas, bolhas com líquido e mais tarde descamação; 
  • Urticária – lesões vermelhas em relevo, com comichão. Frequentemente, está presente mais do que um destes sintomas.

A rinite alérgica, que afeta seriamente a qualidade de vida e, se não for tratada corretamente, pode abrir caminho à asma, um risco que se evita conhecendo melhor esta doença.

A rinite alérgica é uma doença respiratória caracterizada pela inflamação da mucosa nasal. A inflamação é provocada pela exposição a agentes alérgenos (substâncias encaradas como se fossem agressivas), tais como os ácaros do pó, pêlos de animais, bolores e pólens. 

Há medicamentos que aliviam os sintomas e outros que permitem controlar a reação alérgica. No entanto, os medicamentos não evitam que a alergia regresse após nova exposição ao alérgeno. 

É por isso imperativo atuar na prevenção.
No interior de sua casa  deve livrar-se de todos os elementos desnecessários que possam armazenar pó, como prateleiras, estantes, decorações excessivas… os tapetes, carpetes, alcatifas, almofadas, cortinas, mantas, almofadas.. devem ser reduzidos ao máximo. A limpeza e aspiração da casa deve ser frequente, bem como a manutenção do seu aspirador. Se tem ar condicionado em casa, certifique-se que os filtros são substituídos com regularidade. Prefira duches a banhos de imersão. Nesta altura da Primavera evite abrir as janelas de casa, sobretudo nos dias mais quentes, secos e ventosos e especialmente nas horas de maior polinização (12h e 17h).
No exterior evite zonas com fumadores, use óculos para proteger os olhos nos dias mais ventosos. Corte a relva durante a tarde evitando as alturas em que a polinização é mais intensa.

Na impossibilidade de evitar por completo a exposição ao pólen, é importante estar informado. A informação sobre os tipos e quantidade de pólen, em cada dia e em cada região do país está disponível no Boletim Polínico (da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, e acessível em www.spaic.pt). 

Alergias nas crianças

Se tem história familiar de doença alérgica as suas crianças têm maior propensão para sofrer de alergias. No caso, deve evitar ao máximo a exposição da criança e da mãe grávida a ácaros do pó da casa e fumo do tabaco, assim como promover o aleitamento materno nos primeiros quatro a seis meses de vida. A introdução dos alimentos mais alergénicos deve ser acompanhada por profissional de saúde. 

Nos países desenvolvidos a frequência dos casos de doenças alérgicas tem vindo a aumentar, especialmente nos meios urbanos. Acredita-se que tal facto se deve ao aumento da poluição atmosférica, a crescente utilização de antibióticos, alimentação cada vez mais processada… fatores que provocam alterações na nossa microbiota intestinal e por consequência na nossa imunidade.